Atualização: notícia de 28 cristãos etíopes mortos na Líbia.
Nos últimos dias, uma série de notícias sobre cristãos que sofrem por defender a fé. Hoje, na missa na Casa Santa Marta, o papa nos lembrou: “O Senhor desperta-nos com o testemunho dos santos, com o testemunho dos mártires, que todos os dias nos anunciam que a missão é caminhar no caminho de Jesus: anunciar o ano da graça.”
16/4: Parlamento Europeu exige que Turquia reconheça o genocídio armênio
O genocídio armênio, lembrado pelo papa no centésimo aniversário desse triste evento, foi objeto de declaração do parlamento da União Européia. O documento afirma que a Turquia deve “aproveitar a comemoração do centenário do genocídio armênio como uma oportunidade importante para prosseguir seus esforços —inclusive a desclassificação dos arquivos— por evidenciar o seu passado, reconhecendo o genocídio armênio e, desta maneira, abrir o caminho à uma verdadeira reconciliação entre os povos turco e armênio”. A Turquia, apesar das evidências históricas e das profundas mudanças promovidas pelo coronel Ataturk nos anos 1920, até hoje se recusa a reconhecer o crime contra a humanidade cometido pelo Império Turco-Otomano e pelo califado de então. O documento do Parlamento Europeu se segue a declarações do papa Francisco sobre esse genocídio e sobre outros massacres cometidos no século XX.
17/4: Congresso “Todos somos nazarenos”
Começou dia 17 em Madri o congresso Todos somos nazerenos. Um de seus objetivos é não deixar que o mundo esqueça o “genocídio cristão” atualmente em curso em diversas partes do mundo, mormente na África e na Ásia. “Nem um só minuto de esquecimento de quem sofre perseguição religiosa”, pediu Soledad Becerril. A situação é tão grave, lembra reportagem da ACI Digital, “que o observador permanente da Santa Sé ante as Nações Unidas, Dom Silvano Tomasi, pediu a intervenção armada para frear o chamado ‘Estado Islâmico’”.
A reportagem destaca ainda:
Sobre a perseguição no mundo, CitizenGo recorda alguns dados recentes que mostram o seu crescimento e ferocidade anticristã: “No último dia 2 de abril, um grupo fundamentalista matou 147 universitários no Quênia. Antes de realizarem a matança, os assassinos separaram os muçulmanos dos cristãos. Algumas testemunhas afirmam ter visto corpos decapitados. Lamentavelmente, essa é apenas a tragédia mais recente na Nigéria, outras ocorreram no Paquistão, na Líbia, na Síria ou no Iraque. As vítimas? Sempre as mesmas: os cristãos. Enquanto isso, o Ocidente parece continuar olhando para outra direção”.
E também:
“Devemos proteger os nossos irmãos e irmãs perseguidos, exilados, assassinados e decapitados. São nossos mártires. E são muito mais numerosos que nos primeiros séculos da Igreja (…) espero que a comunidade internacional não desvie seu olhar nem se mantenha calada e inerte perante esse crime inaceitável”.
Nesse ambiente, a cristã paquistanesa Asia Bibi – injustamente presa e condenada à pena capital – oferece-nos, desde o corredor da morte, uma demonstração de fé, firmeza e esperança. Assim ela escreveu na última Páscoa da Ressurreição:
“A Páscoa de Jesus Cristo nos dá um exemplo de paz e perdão. Todos temos de aprender do ensinamento e do sacrifício de Cristo, crucificado por nós. Perdoou a todos e todo o mal. Neste dia especial, peço para que todos os cristãos no Paquistão possam viver e orar em paz.”
17/4: Cemitérios cristãos vandalizados em Mosul e na Galiléia
Outra reportagem da mesma agência informa sobre o vandalismo realizado nos cemitérios de Mosul (Iraque, cidade ainda controlada pelo Estado Islâmico) e na Galiléia (sob controle israelense). Na primeira cidade, o vandalismo vem sendo realizado desde 2014, quando a cidade foi ocupada por fundamentalistas islâmicos. Na segunda, vem em seguida a uma série de vandalismos realizados por colonos extremistas judeus contra igrejas, mosteiros e cemitérios cristãos. A vila de Kafr Bir’Im, majoritariamente cristã, foi abandonada desde a ocupação israelense, e seus antigos habitantes e os descendentes deles estão proibidos de retornar.
17/4: Governo sírio dedica jardim a mártires do genocídio assírio
Na mesma onda de limpeza étnico-religiosa promovida pelos Jovens Turcos durante a Primeira Guerra Mundial, há cem anos, também cristãos siríacos (assírios) foram alvo de genocídio. O governo sírio, chefiado pelo alawita Bashar al Assad, denominou “Jardim dos mártires siríacos” um jardim no centro de Damasco, capital do país, celebrando o centenário do massacre de cristãos, sírios, assírios e caldeus na Anatólia, província do Império Turco-Otomano. Os cristãos e os alawitas estão entre os perseguidos pelo “Estado Islâmico”, que combate os governos da Síria e do Iraque.
18/4: Província paquistanesa limita aplicação da Lei da Blasfêmia
Apesar de não ter poder para alterar a Lei da Blasfêmia (que é usada para atacar as minorias religiosas e realizar vinganças pessoais no Paquistão, majoritariamente muçulmano), a província paquistanesa de Sindh determinou que os acusados passem primeiro por um exame psiquiátrico, que pode levar à atenuação da pena. A reportagem da Agência Fides informa:
Segundo Nasir Saeed, diretor da Ong “CLAAS”, a medida não representa uma mudança direta da lei sobre a blasfêmia. “É um passo significativo da parte do governo Sindh e ajudará a salvar vidas humanas e muitas vítimas inocentes”, visto que os vários casos, pois pessoas que sofrem de doença mental foram acusadas e consideradas blasfemas. A lei controversa continua “entre as causas principais de sofrimento dos cristãos e de outras minorias religiosas no Paquistão. Por isso é urgente fazer modificaçõese nesta lei”.
Saeed acrescenta numa nota enviada à Fides: “Gostaria que o governo Sindh fizesse mais um passo avante, adotando medidas que punem os que formulam falsas acusações de blasfêmia a fim de deter o abuso desta lei, usada para fazer vinganças pessoais”.
18/4: Professor cristão egípcio é afastado por mostrar vídeo contra o Estado Islâmico
O professor copta egípcio Yousif Aaman foi obrigado a abandonar, junto com sua família, o vilarejo natal, no Egito. Isso aconteceu após ele exibir, para cinco alunos, um vídeo em seu smartphone que acusava o chamado “Estado Islâmico” pelas atrocidades realizadas, como as execuções filmadas e divulgadas na internet. Segundo a Agência Fides, “isso foi o suficiente para despertar o ódio e as falsas acusações de islamistas da região, que obrigaram as autoridades locais a intervirem para restabelecer a calma, convocando para sexta-feira, 17 de abril, uma reunião de ‘reconciliação’ entre cristãos e muçulmanos, da qual participaram também imãs e sacerdotes da região.”
18/4: Tiroteio contra escola católica no Paquistão
Um estudante e dois seguranças ficaram feridos após terroristas abrirem fogo contra escola católica de ensino médio São Francisco, no distrito de Behar, província de Lahore, no Paquistão. “Este novo ataque testemunha a deterioração da situação dos cristãos no Paquistão e espalha ainda mais temor”, disse o advogado cristão Sardar Mushtaq Gill à agência Fides.
19/4: Cristãos etíopes mortos pelo Estado Islâmico na Líbia
Neste domingo, 19, o chamado “Estado Islâmico” divulgou vídeo do martírio de 28 cristãos etíopes na Líbia, 12 deles degolados em uma praia, 16 fuzilados no deserto. A Líbia se convulsiona em uma guerra civil desde que os EUA e as potências européias ajudaram grupos armados a derrubar o governo de Muammar Khadafi em 2011. Essa guerra civil proporcionou espaço para a ação de extremistas islâmicos (que agora se aliaram ao califado proclamado em territórios da Síria e do Iraque).
(Pintura em destaque: Jean-Léon Gérôme — A última prece dos mártires cristãos.)
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