A Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) ameaçou com ataques militares caso o projeto de lei de autonomia regional não seja aprovado. Contudo, Lourenço do Rosário, mediador entre o governo e a antiga guerrilha anticomunista, disse que o projeto é “fraco e não defensável”, segundo informações da Rádio Vaticana. O presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, lamenta que a Renamo e seu líder, Afonso Dlhakama, desrespeitem os consensos já alcançados com base no diálogo entre governo e oposição.
A Renamo e a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique, de orientação socialista até os anos 1980) lutaram uma contra a outra durante a guerra civil de Moçambique, de 1975 a 1992, de modo semelhante ao que aconteceu em Angola. A guerra terminou com os acordos de paz assinados em Roma, com a mediação da Comunidade de Santo Egídio, do bispo D. Jaime Gonçalves e do governo italiano. Em 2012, a Renamo acusou o governo moçambicano da Frelimo de quebrar os termos do acordo, ao que se seguiu novo acordo de paz em 2014. A Voice of america considerou que o novo acordo demonstrava o poder da negociação quando lideranças políticas estão comprometidas com o diálogo.
(Foto em destaque: Afonso Dlhakama [Renamo] e Armando Guebuza [Frelimo], então presidente de Moçambique, assinam novos acordos de paz em 2014 — Voice of America)
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