Ministério Público quer reabrir Queermuseu

Procurador federal Fabiano de Morais, que exige a reabertura de exposição que exalta a pedofilia e vilipendia objetos de culto religioso. Foto: Luiz Carlos Erbes.

O Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul quer reabrir a exposição Queermuseu, que exaltava a pedofilia (artigo. 217-A do cógido penal) e a zoofilia (art. 32 da lei de crimes ambientais), e vilipendiava imagens religiosas (art. 208 do código penal). O procurador Fabiano de Morais (foto) não viu incentivo à pedofilia em obras que trazem, por exemplo, as inscrições “criança viada travesti da lambada”. Ele, aliás, nem examinou o vilipêndio a objetos de culto religioso, como em uma Madona (Nossa Senhora)  carregando um chimpanzé ou diversas imagens profanadas do Cristo crucificado. Em uma página que exalta a exposição, pode-se ler:

O Cristo crucificado está presente em diversas obras da exposição. Nesta peça em ferro soldado de Roberto Cidade, tubos atravessam seu corpo e o pênis está ereto. Diz o catálogo: “O pênis ereto atribui-lhe uma condição humana, distante das imagens de representação de Cristo, comumente disfarçadas com sua genitália coberta. As correntes que lhe prendem o corpo reposicionam a figura em um universo da sexualidade e do prazer, embora saibamos que esses dois aspectos da dimensão humana (prazer e tortura) muitas vezes andaram (e andam) juntos”.

Em sua “recomendação”, o procurador exige que a mostra seja aberta pelo mesmo período em que se previa que ficasse aberta e que seja feita outra mostra semelhante, que fique aberta por período três vezes maior que o do fechamento — a título de “reparação”. Para o procurador, o fechamento violaria a “liberdade de expressão artística” e poderia causar danos à comunidade “queer”. Assim como vários apoiadores da exposição, ele comparou as reações críticas a ela à perseguição à chamada “arte degenerada” (Entartete Kunst) na Alemanha nazista. Porém, a arte que os nazistas consideravam degenerada era apenas arte moderna, sem nenhum tipo de violação ao sentimento religioso, nem exaltação da pedofilia e da zoofilia — a exposição Queermuseu não foi criticada por ser arte moderna, mas apologia ao crime.


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