Pelos migrantes – intenção geral do papa para fevereiro

Para que as famílias de migrantes sejam amparadas e acompanhadas em suas dificuldades, sobretudo as mães.

Quem quer que tenha vivido a grande distância de sua terra sabe as dificuldades para se adaptar a uma nova cultura, um novo clima, e mesmo a uma nova paisagem. São grandes as saudades dos que ficaram, e grande é a vontade de voltar. Muitos vão à procura de emprego, outros vão estudar, e ainda outros fogem de situações calamitosas em seus locais de origem.

A Igreja não é indiferente a isso. Aliás, não foram poucos os santos – inclusive entre os Padres da Igreja – que viveram exilados ou saíram de suas terras em busca de algo melhor. No próximo dia 8, por exemplo, comemora-se Santa Josefina Bakhita, primeiro feita escrava, mas que, tendo recebido a liberdade legal, resolveu emigrar junto de seus patrões, quando estes retornaram para a Itália. Lá, conheceu a liberdade integral, que Deus lhe concedeu.

Outro caso famoso, é o de Santo Agostinho. O então futuro bispo de Hipona foi à Itália em busca da Verdade. Na época, apesar das constantes preces de sua mãe, Santa Mônica, ele era adepto da heresia dos maniqueus, que imaginavam um princípio bom (Deus) das coisas espirituais, e um princípio mal (demônio) das coisas materiais. Como sua alma não se aquietava, viajou à procura de Deus, chegando a Milão, onde encontrou Santo Ambrósio. Convertido, foi batizado pelo bispo milanês, junto com seu filho e alguns amigos, começando então a viagem de regresso a sua terra. Santa Mônica, que sonhava retornar à África antes de morrer, tendo então a paz em sua alma, pois seu filho se convertera à fé cristã, aceitou tranquilamente a morte em Óstia, cidade em que fica o porto que serve Roma. Faleceu e foi sepultada na Itália. Agostinho e o filho retornaram à África, onde aquele se tornou bispo, não em sua cidade natal, Tagaste, mas em Hipona.

Porém, somos todos desterrados, somos os “degredados filhos de Eva”, como dizemos na Salve Rainha. Nossa pátria é a Jerusalém Celeste, revelada em seu brilho e glória no final do Apocalipse. Mas, há aqueles que nem o conforto da familiaridade com a cultura e com o ambiente, ou então a proximidade da família e dos amigos têm. Rezemos por nós, mas rezemos especialmente pelos duplamente desterrados: os que não estão nem na Jerusalém Celeste – na glória do Senhor -, nem na terra que têm como sua neste mundo.

Salve Rainha, mãe de misericórdia,
Vida e esperança nossa, salve!
A vós bradamos os degredados filhos de Eva,
A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia, pois, advogada nossa!
Os vossos olhos misericordiosos a nós volvei
E depois deste desterro mostrai-nos Jesus,
Bendito fruto do vosso ventre,
Ó clemente, ó piedosa, ó doce, sempre virgem Maria!

Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Amém!


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